
Se o trabalho dignifica o homem, disso eu não sei, mas de certa forma, se dignidade for fingir que o mundo é isso, um local de trabalho, alguma senzala gigante, a maioria das pessoas então, é bem digna. Qualquer forma de ocupação nos faz ficar aquém de qualquer coisa que signifique realmente algo, e quando digo ocupação, não estou apenas me referindo a atividades físicas, como o trabalho, mas sim a qualquer outra forma de entretenimento que possibilite nossa fuga constante às coisas que estão a um bocejo de distância. Essas coisas todas às quais me refiro, vão desde um tatuzinho de jardim cavando seu orifício à um por-do-sol extasiante repleto de pássaros nas nuvens.
Ouvi um cara na TV dizer que "o trabalho ainda é a melhor maneira de fugir da realidade", tomei nota dessa afirmação, e assim produzi algumas teses despretenciosas mas intrigantes, sobre o que aquele homem parrudo estava tentando passar afirmando uma coisa tão brusca e significante.
E eu, por muitas vezes, já tentei fugir às regras, renegando-as, clamando por minha liberdade, foi quando eu percebi que se quero ser realmente livre, não devo simplesmente deixar de fazer o que não me apraz, mas sim, ter a consciência de que minha mente não está ali, sendo escrava de minhas atividades ou dos outros coadjuvantes que me cercam...
Atualmente, estou bem mais centrado e bem menos grudado às amarrações do cotidiano, faço o que tenho que fazer para subsistir, para sustentar meu físico e para me enganar da maneira que mais gosto, da maneira boêmia.
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