
Ontem a insônia não me convenceu sobre a capacidade do céu fazer tudo ficar infinito. Buscava, expectante, a possibilidade de flutuar até a lua e lá me misturar ao cosmos e assim, sem raciocinar, virar imortal, não boquiaberto, nem buscando, apenas 'parte'.
Qual a verdadeira e magistral explicação sobre o nascimento de uma estrela, de uma galáxia? Qual o mistério que envolve uma velhinha indo às compras em uma feira no sábado de manhã? Qual o sentido do sabor da baunilha? Qual o des-sentido do surrealismo? A carência do absurdo sem explicação vem à tona, todas as pessoas, todas as situações e todos os sentimentos surgem, de uma vez e extinguem a razão e o sensorial, e o que resta é uma imensa parede branca, uniforme, bestial, autosuficiente e una.
Acordo, e uma chuva constante me segue até meu destino, a monotonia dos meus passos se interrompe de vez em vez com o surgimento de uma poça ou uma pedra solta em uma calçada, e eu fico tentando manipular o guarda-chuva para não me molhar, cumprimento as pessoas de todas as segundas-feiras, mentalizo sobre o paradigma da insônia passada e chego, visualizo e me considero o ser mais exorbitante e pacífico do universo... sono, muito sono... café, por favor.
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