Páginas

segunda-feira, julho 09, 2007

Untitled Project


Desceu as escadas correndo, procurando a plataforma certa... Era absolutamente necessário tomar aquele trem, naquele horário... O absurdo da correria mundana o fazia transpirar mais, suas veias sacudiam-se rapidamente num movimento estressante e praticamente arrebatador... A impressão que ele tinha era que de repente sucumbiria e iria pelos ares como uma bomba atômica de nervosismo.
Foi correndo, os inúmeros pacotes que carregava ameaçavam cair devido a seus movimentos bruscos ocasionados pela pressa, e ele, num gesticular heróico conseguia os prender entre seus braços, tratava-se de encomendas, para indivíduos que ele nem mesmo conhecia, só sabia que era estritamente importante entregar em mãos tudo aquilo a cada um dos destinatários.
Enfim, avistou a plataforma "[*]", seu coração acelerou um tanto quanto mais depressa. Passou pela roleta, com dificuldade por causa dos pacotes, e enfim, adentrou o trem, procurando um assento, e enfim, sentou-se.
Avistou, no início do corredor da condução, andando, uma menina com uma bolsa a tiracolo, e oferecia aos passageiros pequenos morcegos sem asas, e em troca recebia elogios e moedas. Sentado logo atrás dele, estava um rapaz, ligeiramente alto, bem magro, com apenas um olho que se fixava no meio de sua testa e com oito dedos em cada mão e dentes extremamente afiados, que apesar de sua aparência bestial, conseguia transmitir uma feição tranqüila e confortante. A vendedora morcegos se aproximou, ofereceu-lhe um coelho com os olhos costurados, com pequenas argolas enfiadas por todo seu corpo. Ele logo tirou algumas moedas de um dos pacotes e entregou a pequena mulher, que logo o agradeceu, e em seguida, puxou um alçapão do chão e por lá se foi embora, ao longo do caminho dos trilhos.
Inúmeros pensamentos vinham à sua mente, desde aquela correria infernal para alcançar o trem e também as encomendas. Estava bastante preocupado em achar os endereços corretos, em entregar no prazo certo e encontrar todas aquelas pessoas com as quais nunca havia trocado sequer um olhar... eram 43 pessoas, ao todo, e sua jornada apenas começava...

[continua...]

Nenhum comentário: