
O que há? Sou um fruto abençoado de uma geração perdida... Mama tem fé em mim, apesar de eu fazer muitas coisas erradas... Sou uma aberração em frente à tantas pessoas tirando carta de motorista, distribuindo currículos pelas agências da vida, jogando futebol com os amigos no final de semana e admirando o novo automóvel lançado no mercado... Enquanto muitos assim fazem, enquanto muitos passam seu tempo atrás de coisas que para mim não têm a menor importância... e daí que quarta-feira tem jogo? eu não posso simplesmente não dar nenhuma importância ao futebol?? eu não preciso dirigir, eu não preciso de um carro, não acho necessário, odeio dirigir, e faço questão de deixar claro pra quem pergunta...
Não fico impondo aos outros que leiam Kafka ou que comam dobradinha, não fico exigindo que gostem das mesmas coisas que eu, portanto, vou pegar essas pessoas, olhar uma única vez em seus olhos, sem dizer absolutamente nada e bloquea-la de minha lista de considerações positivas, sem a julgar, sem maltratar, simplesmente exercendo meu direito de não querer conviver em suas presenças.
Minha vida não é glamurosa, não sonho com limusines e troféus, não quero decifrar o genoma humano nem beber no santo graal, só quero, com muita vontade, fazer jus às minhas qualidades, às qualidades que eu consigo controlar em mim, e tentar ao máximo deixar meus defeitos trancafiados em um lugar bem difícil de abrir. Eu gosto de pirar, de chorar sem motivo, de comer fora de hora, de sexo casual, de rir histericamente, de contar histórias do passado quando a energia acaba numa noite chuvosa...
Apesar de meu sapato estar furado, de eu estar gripado, de eu não conseguir pegar meu diploma por motivos diversos, apesar de eu ainda estar preso na minha cidade natal, apesar das caquinhas que já fiz que me atrapalham um pouco, eu ainda consigo respirar um ar de otimismo, au ainda consigo ser criança, ter fé e vontade de enxergar todas as possibilidades que a minha frente estão...
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