Páginas

segunda-feira, dezembro 26, 2011

(In)operante


Uma mentira para uma verdade,
Uma concordância para uma discordância.
Uma punheta para uma transa.
Todo mundo palpita.
Todos gozam com o tesão alheio.
Grita. Esperneia. Açoita.
Concorda. Aplaude. Abraça.
Chama. Apalpa. Estupra.
Procura o que não há. Ou o que não deve haver.
Pelo bem do humano, eu olho e bocejo.
Brocho só de olhar. 
E chamo uns pra vir aqui comigo, não fazer nada.
Encher a cara comigo, enquanto todos se mutilam.
Enquanto todos gargalham e tropeçam em seus vômitos, eufóricos.
Eu participo da quermesse, mas não vou às barracas.
Eu olho pro palco, mas não aplaudo.
Eu ajudo a limpar o chão, e não recebo nada por isso.
Eu dou as mãos a eles, mas não rezo e digo um amém fatigado.
Amém para que seja tranquilo.
Amém, mesmo que seja o fim.

Nenhum comentário: