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segunda-feira, junho 22, 2009

Cenas de um Halloween Fatídico


Próximo de um penhasco, um homem com uma espada cravada no peito espera, pacientemente, por alguma salvação. Talvez nem ele saiba como foi parar ali e por qual razão tantos fatos absurdos o levaram a tal situação, porém, com a força quase imortal que por razões evolutivas (talvez) o fizeram um ser fabulosamente quase imortal.

Ser eterno soa coerente numa situação dessas, se averiguarmos que o ambiente árido, cheio de pedras, nenhuma água ou ser vivente proporciona a vinda de uma imagem à mente, a de um cemitério sem covas. Cemitério onde os abutres rondam a procura de uma carniça, espreitando, aguardando para um utópico banquete.

Um pequeno traquinas preso em cima de uma árvore rodeada por símbolos cristãos. Ele fica ali por horas pensando em algum truque para pegar algum passante ingênuo afim de se salvar daquele momento inoportuno. É provável que, ao sair das profundezas para ter momentos mundanos, o espuleta tenha exagerado e sabe-se lá por qual razão também ele acabou nesse beco sem saída.

Um velho de gorro em sua casa em alguma região do Pólo Norte começa a fazer sua lista para o grande feriado no fim do ano. Com certo espanto, percebe que o número de canditados a presenteados com fixa suja cresceu mais de mil por cento. Sua esposa percebe seu espanto e ambos chegam à conclusão de que, se assim continuar, as meias penduradas na véspera natalina acabarão repletas de carvão.

Ao voltar da igreja, um homem de chapéu passa por um atalho no meio de uma plantação de café e toma um baita susto ao enxergar uma besta selvagem nas sombras formadas pela luz da lua cheia. Toda a braveza outrora por ele esbravejada foi-se como areia em ampulheta. Chega em casa quase invisível de palidez, e sem dizer uma palavra, vai até seu quarto, pega um rosário e começa a rezar, suando frio, centenas de aves-marias entrecortadas por soluços de pânico.

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